
A base da magia oriental é muito diferente da magia ocidental, embora guarde certas confluências com uma espécie mais milenar de encanto que pertence aos primeiros povos eurasianos a trabalharem com feitiçaria. A magia está no sangue. Não é um objeto que a cria, mas sim a própria pessoa. Entretanto, para conseguir os efeitos desejados, o praticante deve ter em mente que não pode criar algo do nada – há um sacrifício, mesmo que a pessoa não perceba, para que a magia se concretize. Para diminuir os efeitos desse sacrifício (também chamado de troca equivalente), são usados condutores. Os condutores mais conhecidos no Ocidente são, justamente, as varinhas. Existe até certo preconceito com condutores diferentes. Isso porque, as varinhas são parte da cultura da Alta Magia, que é a mais praticada na atualidade, sendo que Hogwarts, Durmstrang e Beauxbatons são os principais ícones dessa cultura. A Alta Magia, de certa maneira, rompe com a idéia do sacrifício imposta pela feitiçaria por utilizar na composição de suas varinhas elementos como penas de fênix e fios de cauda de unicórnio. Isso acontece porque não é propriamente o poder dos bruxos que é utilizado nos encantamentos, mas aqueles provenientes da própria varinha. Isso acaba diluindo a capacidade de concentração mágica dos Altos Magos. A diferença entre um encanto de um Alto Mago e de um Antigo Mago (também conhecidos como “guardiões” ou ainda “elementais”) pode parecer desprezível à primeira vista. Entretanto, a magia do segundo é muito mais limpa e natural. A Alta Magia funciona como se deslocasse algo do mundo natural para uma dimensão corrompida. Tal prática tem seus danos, embora não haja estudos que demonstrem até onde eles chegam. A Antiga Magia atualmente só é praticada entre raríssimas tribos druidas. E é com ela que a Magia Oriental é aparentada. Como dito anteriormente, a magia está no sangue. Mas são necessários condutores para sua expansão. Considerando que as varinhas respondem por uma prática mais “suja”, e a Magia Oriental utiliza os mesmos pressupostos da Antiga Magia, é óbvio que seja muito raro bruxos orientais carregarem as mesmas. Se não as varinhas, então, quais seriam os condutores utilizados por esses bruxos? O leque é um condutor muito popular, especialmente quando o mago tem uma especial identificação com o elemento do vento. Não apenas são admirados por sua capacidade mágica, mas também por sua beleza – praticar magia com os leques é uma verdadeira arte – que pode variar de movimentos simples, como um leve abano, a complexas seqüências que lembram as tradicionais danças orientais. Além dos leques, são muito utilizados os terços budistas, certas pulseiras com símbolos de poder ou mesmo anéis. Esses objetos permitem que o mago utilize a própria mão como uma espécie de varinha de carne. Essa modalidade, entretanto, tem seus riscos, e não são poucos os casos de bruxos atendidos com graves queimaduras pelo braço por conta de magias mal invocadas. O condutor mais utilizado, entretanto, são os papiros com kanjis, acompanhados dos mantras tradicionais, que costumam consumir-se depois que as magias são realizadas (numa demonstração literal da idéia do sacrifício e consumação). Porém, essa modalidade carrega o desconforto adicional de ter sempre que estar carregado de papéis para alguma eventualidade... Em uma situação extrema, o mago pode utilizar, virtualmente, qualquer coisa que esteja à mão como condutor – uma espada, um cajado, uma vassoura. Obviamente, dependendo do objeto, os efeitos podem ser potencializados ou simplesmente pífios.
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