sábado, 18 de junho de 2011

HIERARQUIA ESPIRITUAL


A demonologia começou a ser estudada pelos sem dom, com base na própria mitologia cristã, servindo como uma espécie de contraposição à teologia. O Malleus Maleficarum, ou Martelo das Bruxas, foi publicado em 1487 por monges dominicanos, servindo como guia para a Inquisição em sua caça às bruxas.

A verdade, entretanto, é que o Malleus Maleficarum e os livros que se seguiram a ele eram compêndios um tanto alterados por bruxos, especialmente aqueles sob ordens de Matthew Hopkins (que passou à história como “o General dos Caçadores”), servindo como armas na guerra fraticida entre a Alta e a Antiga Magia – descreviam torturas e métodos de atacar e matar bruxos com uma crueza e precisão terríveis.

Por conta de todos os acontecimentos da época, a arte do exorcismo foi relegada à categoria de “invencionices trouxas” no Ocidente, vista como de extremo mau gosto após o feitiço ter virado contra o feiticeiro e os magos da Alta Magia, que tinham arquitetado toda a carnificina, começarem também a ser perseguidos.

No Oriente, entretanto, o exorcismo é visto como disciplina fundamental da sociedade bruxa. Os exorcistas – magos com formação especial para reconhecer e caçar espíritos e demônios que intervêm de forma negativa no mundo – são respeitados atuam não apenas entre as comunidades mágicas como também são altamente requisitados pelos nashi atae.

Tão raros quanto os videntes, temos os médiuns - magos que possuem não apenas uma vocação natural para o exorcismo e a pacificação, mas que são também capazes de chamar e governar espíritos, acessar as lembranças e os conhecimentos dos mesmos. Claro que isso significa também uma maior vulnerabilidade a possessões e outros males causados pelo constante contato com o mundo espiritual.

Também assim como os videntes, os médiuns possuem uma "trava" sobre seus poderes - a diferença, contudo, é que essa é uma trava natural, com a qual eles já nascem, como forma de proteção contra ataques mentais causados por espíritos e outras criaturas. Essa proteção só pode ser rompida - trazendo assim à tona os poderes do médium em sua completude - pela própria pessoa: às vezes, um grande trauma é o necessário para descobri-los.

Demônios podem ter diversas formas, sendo seres intermediários entre o homem e um deus - kamis. Não são necessariamente malignos, podendo, muitas vezes, serem encontrados como guardiões de rios, lagos, florestas e montanhas. Há vários daemons espalhados pela Amaterasu, embora eles raramente se mostrem (exceção feita a todos os alunos que possuam um mínimo de potencial mediúnico – os daemons são particularmente curiosos e ansiosos por fazerem amizades com esses...).

Espíritos, por sua vez, como é de conhecimento geral, são fantasmas de magos que não conseguiram fazer a transição. Geralmente, estão presos ao lugar em que descansam seus ossos.

Há uma subcategoria dos espíritos, entretanto, que é muito estudada: a dos espíritos obsessores. Os espíritos obsessores são almas (de bruxos), presas ao mundo por alguma espécie de sentimento muito forte (amor, ódio, etc). Esses espíritos se ligam a um médium, forçando-o a completar aquilo que em vida não puderam fazer. Só depois disso, podem partir em paz.

Ser assombrado por um espírito obsessor não é de todo mal. Os médiuns que se ligam a um deles geralmente ganham um companheiro fiel e guardião, enquanto durar a demanda que os une.

Infelizmente, espíritos obsessores costumam também ser um tanto intransigentes e inconvenientes, sendo fato notório que os médiuns que não conseguem se livrar deles, depois de algum tempo, acabam por se tornar celibatários eremitas.

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