terça-feira, 5 de abril de 2011

O MANUSCRITO SAGRADO DOS ANJOS E DEMONIOS



Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso
Celeste foi palco de um terrível levante. Armados com espadas místicas e coragem
divina, Querubins
leais a Jeová travaram uma sangrenta batalha contra o arcanjo São Miguel e os anjos que o seguiam.
Deus, o Senhor Supremo de Todas as Coisas, continuava imerso no profundo sono que caíra
após ter concluído o trabalho da Criação – o descanso do Sétimo Dia. Enquanto Ele permanecia
ausente, os arcanjos ditavam as ordens, impondo seus desígnios no Céu e na Terra. Sentados no topo
de seus tronos de luz, cada um deles almejava alcançar a divindade.
Concentrando todo o poder debaixo de suas asas, os poderosos arcanjos, onipotentes e intocáveis,
utilizavam a Palavra de Deus para fazer jus à sua própria vontade. Revoltados com o amor do Criador
para com os seres humanos, e movidos por um ciúme intenso, decidiram ir contra as leis do Altíssimo
e destruir todo homem que caminhava sobre a Terra, acabando assim com parte da Criação do
Divino.
Impulso
ornado por essa fúria, Miguel, o Príncipe dos Anjos, enviou à Haled diversas calamidades
mas, como insetos persistentes, os mortais resistiram. Os tiranos alados desejavam um regresso à
aurora dos tempos, quando só os animais povoavam o mundo. Eles nunc
a aceitariam venerar uma
criatura feita do barro, uma vez que tinham sido gerados a partir do próprio esplendor e glória do
Senhor.
Decidido a eliminar de vez a humanidade, Miguel ordenou que os Ishim, a casta angélica que
controla as forças da natureza, arquitetassem a Destruição Final. Submissos, eles derreteram as calotas
polares e a Terra foi inundada por um volumoso dilúvio. Não obstante, os mortais novamente
subsistiram.
Diante de tanta morte e devastação, uma conjuração teve início. Em sua
inocência política os
líderes dessa conjuração foram traídos por outro arcanjo, Lúcifer, a Estrela da Manhã, único que
conhecia o plano dos revoltosos para libertar o Paraíso da opressão a que era submetido. Quando o
Arcanjo Sombrio denunciou as ideias revolucionárias, os rebeldes foram derrotados, expulsos do Céu,
e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o fim dos tempos. Enquanto a luz do Sétimo Dia
brilhar, enquanto Deus continuar adormecido, os anjos renegados serão perseguidos e mortos pelos
agentes celestiais.
Com o poder e prestígio que conseguiu por ter delatado os insurgentes, Lúcifer arquitectou a
sua própria revolução. Movido por interesses nem um pouco justos, o Arcanjo Sombrio pretendia
tomar o principado de Miguel e ascender acima mesmo do Criador, coroando-se em Tsafon, o Monte
da Congregação, e tornado-se assim igual a Deus. O Filho do Alvorecer não queria apenas vencer seu
irmão, mas desejava tornar-se ele próprio Deus – subjugar não apenas o monarca, mas também
Yahweh.
Muitos anjos, revoltados com a política celeste, não conheciam as motivações egoístas de
Lúcifer, e se juntaram a ele. Ao descobrir a traição, o Príncipe dos Anjos
declarou nova guerra, e uma
segunda batalha estalou. Por seus atos e ambições macabros, a Estrela da Manhã e seus seguidores
foram lançados ao Sheol, um poço obscuro de trevas e sofrimento, um lugar terrível, um cárcere
permanente. Lá, o Arcanjo Sombrio governa, e espera o momento certo para iniciar sua vingança.
Hoje, os mortais conhecem essa dimensão pelo nome de Inferno.Muitos milénios se seguiram às duas guerras angélicas, e então os humanos reinventaram o
período das grandes catástrofes, com suas próprias armas modernas.
Na Fortaleza de Sion, a Roda do Tempo está prestes a terminar o seu giro. No alvorecer do
milénio, a humanidade caminha lentamente para o Apocalipse. Em nível
regional, a marginalidade,
a violência e o crime organizado são mais fortes do que a polícia e o governo. A pobreza e a miséria
são crescentes. No plano internacional, há guerras por todo o globo, pessoas matando umas às outras
e conflitos onde os mais prejudicados são os membros da indefesa população civil. Milhares de crianças
morrem a cada dia, vítimas do ódio e do orgulho de líderes sem rosto, que lutam em prol de ideais
hipócritas e egoístas. Não há justiça. O mundo chora. As pessoas sofrem. A civilização dá os seus
últimos gritos desesperados em busca da salvação. Mas é provável que ninguém mais a ouça.
No Céu e no Inferno, o Armagedon marca o início de uma nova era. Quando o ciclo forcompletado, Deus despertará de seu sono e todas as sentenças serão revi
stas. O Tecido da Realidade
cairá. Antigos inimigos se enfrentarão, e não haverá fronteiras entre as dimensões paralelas. E esse
será o Dia do Ajuste de Contas.
O crepúsculo do Sétimo Dia se aproxima, e a noite cairá em breve

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